Texto de Paulo Sérgio...
Mãos à obra!
Vamos limpar Portugal!
Desde que o Homem anda sobre este planeta, que cria detritos. Mas foi a partir do momento em que começou a criar coisas, que os mesmos se começaram a acumular, primeiro em pequenas quantidades, devido á sua produção ser diminuta, mas conforme se fixava e se tornava sedentário, os seus conhecimentos aumentavam, e como tal, também a produção de artefactos. Os arqueólogos, nas suas escavações deparam-se muitas vezes com acumulados de restos de produções, produtos resultantes de matérias transformadas pelo homem, como são madeira (o que é muito raro, devido á sua capacidade de se auto reciclar), cerâmicas, ferro, e outros excedentes, que devido ao tipo de solo onde foram depositados, atravessaram os séculos, chegando aos nossos dias, alguns em perfeito estado de conservação.
Mas seria no século XIX, com a chegada da Revolução Industrial, que a produção em massa iria começar, e consequentemente, os resíduos industriais a acumular-se sem que houvesse noção dos perigos que estes podiam constituir para a natureza. É bem verdade que a necessidade aguça o empreendimento, e se por um lado a explosão demográfica criou a necessidade de produzir bens em larga escala, a quantidade de resíduos resultantes, provocariam tamanho acumulado, que o homem, engendrou maneiras de se descartar deles, a maior parte das vezes, sem se dar conta dos malefícios que daí adivinham.
O uso do carvão não é novo na história da humanidade, mas seria neste século que a sua utilização, como combustível fóssil, criaria problemas graves, tanto a nível da saúde humana, causando problemas graves respiratórios, poluindo o ar, uma vez que a produção de dióxido de carbono resultante da sua combustão é elevadíssimo, e conspurcando tudo à sua volta. Em alguns casos, devido à concentração excessiva de fábricas que funcionavam usando o carvão como combustível, o ar era tão negro, que tudo á sua volta de fundia numa só cor, ficando negro como breu.
Nenhum outro país do mundo sofreu tanto com este facto com Inglaterra. Principalmente cidades como Londres (já escura por natureza), Manchester, e Liverpool, apelidada de “Dark City”, tal eram o negrume envolvente. O resultado estava à vista, com milhares de pessoas a desenvolverem doenças cancerígenas e respiratórias, para além de que os detritos resultantes, não eram apropriadamente acondicionados, levando à contaminação de terrenos férteis, cursos de água, e o próprio mar, dando origem à contaminação das espécies animais, e flora. E começava uma bola de neve, que deixaria cicatrizes até hoje, algumas das quais se perpetuarão pelo futuro dos nossos descendentes.
Se o carvão deu origem a tantos malefícios, pior seria a exploração do petróleo. Este serve como base para fabricação dos mais variados produtos, dentre os quais destacam-se benzinas, óleo diesel, gasolina, alcatrão, plásticos e até mesmo medicamentos. Já provocou muitas guerras, e é a principal fonte de renda de muitos países, sobretudo no Oriente Médio.
No entanto o seu uso desmesurado, tem causado ao longo dos anos grandes catástrofes ambientais, tais como derrames no mar, que causam a morte de milhões de seres marinhos, e a destruição em larga escala de quilómetros de costa com toda a aniquilação de fauna marinha, animal e vegetal, para além dos gazes tóxicos emitidos para a atmosfera, e que tanto contribuem para o aquecimento do planeta, através da destruição da camada do ozono. Embora seja um produto resultante da decomposição de organismos marinhos, depois de transformado, e em contacto directo com a natureza, torna-se extremamente difícil de se reciclar, resultando numa espécie de óleo viscoso, o qual se pode transformar nos mais diversos materiais, todos eles dificilmente recicláveis na natureza.
O mais recente vazamento de petróleo com graves consequências ambientais aconteceu no final de Novembro de 2006, com o afundamento de um petroleiro na costa da Espanha que transportava 77 mil toneladas de óleo combustível. O acidente pode se tornar uma das maiores catástrofes ambientais da história causadas por vazamento de óleo. O navio Prestigie, das Bahamas, afundou no dia 19 de Novembro a 250 quilómetros da região da Galícia. O vazamento de óleo atingiu as praias e as encostas da Espanha. Segundo as organizações ambientais, entre 10 a 15 mil pássaros foram afectados, para além de toda a fauna e flora adjacente. A limpeza envolveu centenas de pessoas, e a mobilização de pessoas e materiais, o que custou milhões de Euros. Esta foi apenas uma das catástrofes que ao longo da história do uso do petróleo, aconteceu em larga escala.
Para além dos derrames, há também as emissões de gazes resultantes da sua produção e combustão. Estes, impossíveis de limpar da atmosfera, causam danos irreversíveis. A quantidade de CO2 emitida, em muito tem contribuído para o alargamento do já agigantado buraco no Ozono. A este nível, enquanto dependentes do uso do petróleo e seus derivados, pouco podemos fazer, embora cientistas de todo o mundo trabalhem todos os dias na investigação de processos para minimizar estes danos, e a sua possível reversão.
Hoje a nível de poluição do meio ambiente, talvez o que mais salte à vista, sejam os plásticos (sacos, e materiais feitos dele), papel e cartão (desde folhas a invólucros), vidro, pontas de cigarro, pastilha elástica, e outros detritos, muitos dos quais dão à costa marítima.
Segundo o “Jornal do Ambiente”, uma das maiores ameaças à vida no planeta é todos os dias distribuída aos milhares e gratuitamente em Portugal. Em média, os sacos de plástico são usados durante 12 minutos, mas demoram centenas de anos a decompor-se. Se cada cliente do Modelo/Continente, a maior cadeia retalhista do país, levasse as compras em apenas um saco de plástico descartável, Portugal seria mesmo assim invadido por mais de 2,4 milhões de sacos em cada semana. O número é só a ponta de um iceberg ainda desconhecido, já que não são divulgados dados sobre a produção e o uso deste resíduo. O próprio Instituto de Resíduos desconhece a quantidade colocada no mercado. Mesmo sem dados, o impacto ambiental deste lixo já motivou uma petição para proibir a sua distribuição gratuita nas grandes superfícies e uma recomendação da Assembleia da República ao Governo para legislar nesse sentido. ( http://diariodoambiente.blogs.sapo.pt/139160.html)
Produzimos vários tipos de lixo, mas a grande praga dos mares é o plástico. O material tem uma vida útil curtíssima, mas demora centenas de anos para se desfazer, no mar ou na terra. E, dentro do estômago de um animal marinho, pode fazer um grande estrago, levando-o à morte. Para uma tartaruga, por exemplo, um saco plástico boiando na água pode parecer uma água viva, ou seja, comida.
A pasta de madeira, responsável pela destruição de milhões de árvores todos os anos, é usada para fazer fraldas para bebe, chão e principalmente papel e cartão. Papel este que usamos diariamente para as mais diversas utilizações. Como se não bastasse destruir as árvores, lançamos no ambiente, nas nossas ruas, e jardins, toneladas de papel que ao se deteriorar, em conjunto com a água, devido aos químicos usados na sua produção, polui os cursos de água potável, e acaba também nos mares, para além do aspecto visual causado pelo seu amontoamento nas ruas.
Vivemos num tempo em que há um uso predatório do ambiente, por aqueles que o sujam, que despejam lixo nas ruas, que atiram papel para o chão, sacos de pipocas, e de gelado, os maços de tabaco, jornais, revistas, e outros dejectos associados. É como se fosse uma apropriação de algo que pertence a todos, e que deveríamos respeitar.
Os milhões de pontas de cigarro deitadas para o chão, de alguma forma vão parar às lixeiras, aterros, cursos de água, e campos de cultivo. Infelizmente, a maioria dos fumadores acha-se dona do mundo e pensa que toda a gente tem de se sujeitar ao seu vício. Por exemplo, no passado mês de Agosto, na praia, no toldo ao lado, estava um casal de fumadores. Durante todo o dia, fumaram mais de dois maços de cigarros. E o que é que fizeram às beatas? Enterraram-nas na areia, como é óbvio. Fazendo as contas, facilmente se conclui que aquele casal, durante o seu mês de férias, enterrou, num espaço de 3 m2de areia, cerca de 1.500 beatas de cigarro. Acham isto normal? Mas há algum fumador que não faça isto? Mas não é só na praia... As nossas ruas, jardins, vasos de flores, estão pejados de beatas de cigarros. Mas dizer a um fumador que não deve atirar as beatas para o chão, nem enterrá-las na areia da praia, é violar os seus direitos... Como eles dizem, é ser fundamentalista. Imagine-se a quantidade de beatas, fumadas diariamente por cerca de três biliões de pessoas…
Poderia continuar aqui a falar sobre poluição e agentes poluidores, mas todos nós temos (ou deveríamos ter) consciência deles. O importante, é começáramos a tomar medidas de combate aos mesmos. Se cada um de nós, diluir esta ideia, com o objectivo de um ambiente mais limpo, e melhor, vamos ser mais cívicos, e proteger o que é nosso, e de todos ao mesmo tempo.
Com este intuito o Centro de Ecologia Funcional de Coimbra, implantou um evento em continuação de um “projecto desenvolvido na Estónia, em 2008, em que um grupo de amigos decidiu colocar "Mãos à Obra" e propor "Vamos limpar a floresta portuguesa num só dia". Em poucos dias estava em marcha um movimento cívico que conta já com cerca de 6000 voluntários. Tendo a cada dia que passa cada vez mais aderentes, que acreditam que este objectivo é possível. O objectivo é juntar o maior número de voluntários e parceiros, para que todos juntos possamos, no dia 20 de Março de 2010, fazer algo de essencial por nós, por Portugal, pelo planeta, e pelo futuro dos nossos filhos. Muito ainda há a fazer, pelo que toda a ajuda é bem-vinda! Quem quiser ajudar como voluntário só tem que consultar o sítio do projecto na internet, http://www.limparportugal.org/, onde tem toda a informação de como o fazer, visitar a junta de freguesia ou câmara municipal, e inscrever-se como voluntário.
No dia 20 de Março de 2010, por um dia, vamos fazer parte da solução deixando de ser parte do problema.
"Limpar Portugal? Eu vou fazê-lo! E tu? Vais ficar em casa?"”
Boa noite equipa do curso EFA de Técnico de Mesa/Bar, para equivalência ao 12º ano de escolaridade, a decorrer na Figueira da Foz - Buarcos.
ResponderEliminarAinda não tinha tido a oportunidade de deixar aqui umas palavras do que presenciámos no passado dia 26 de Fevereiro no CAE - Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz. Realmente quem por aqueles lados passou naquela noite chuvosa, dita de solidariedade, certamente não imaginaria que tão grande recepção os iria esperar, ou pelo contrário, nunca em momento nenhum, colocaram em equação o que ali se estava a passar, tamanho foi o acolhimento ali naquele espaço. Muitos certamente não perceberam a dimensão do que ali presenciávamos, tal era o grau de comprometimento, de profissionalismo, de dedicação, de interligação, formandos, equipa técnica e das competências comprovadamente demonstradas, não fora um pequeno cartão identificativo que remetia para componente de formação, que pudesse de alguma forma colocar em dúvida o que naquele momento se passava, profissionais a exercer a sua profissão. Quero com estas palavras tentar expressar-vos o meu sentimento e regozijo por todo o vosso empenho, felicitar-vos pelos passos que estão a dar, para um futuro ligado à hotelaria e restauração, numa época tão conturbada e difícil de afirmação profissional que ansiamos ver contrariada... Continuem que estão no caminho certo, Acreditem, porque só assim poderão convencer os demais, desta vossa caminhada, com a participação de todos os elementos de equipa, necessários para a obtenção dos tão ambicionados sucessos, que levem à vossa certificação efectiva e, quiçá, um dia uma possibilidade de trabalho, proveniente da valorização do vosso esforço. Podem contar connosco, vão em frente. PARABÉNS a todos os elementos da equipa. Paulo Simões e Equipa KnowHow - Consultores, Lda.
Pessoalmente, enquanto formando de TMB, tenho de admitir que o esforço colectivo foi fantástico. No entanto, o esforço realizado pelos colegas que nunca tinham trabalhado nesta área, e nunca tinham tido qualquer tipo de contacto com clientes, foi enormemente recompensatório, pois tiveram uma postura que aos olhos de fora, parecia profissional. Para alguns foi o primeiro contacto com uma bandeja, com um grupo superior a 20 pessoas, com orientação profissional exterior, e a esses, os meus parabéns.
ResponderEliminarMostrou-se neste evento, que a força de vontade move montanhas, das quais as mais altas e difíceis de transpor, são os nossos medos.
A causa era nobre.
O resultado enebriante.
Parabéns a todos os envolvidos.
Sérgio Ferreira
Quando se lê textos como estão...tão bem escritos...palavras para quê...
ResponderEliminarParabéns Paulo
susana santos
Quando se gosta de algo, o esforço desenvolvido em torno do mesmo, supera qualquer expectativa....dá-se asas à imaginação e tudo vem naturalmente.
ResponderEliminarQuer seja físico ou mental, esse esforço é compensado em muito, e, quando se veem os resultados, temos finalmente noção disso.
Para além desse factor, é muito gratificante ser-se reconhecido e elogiado por outros, mesmo quando estes não partilham dos mesmos ideais, mas elogiam o esforço desenvolvido.
Obrigado Susana.
Paulo Sérgio Ferreira