Se fosse fácil...

"Se fosse fácil, não seria atingível!!!!!!"





"O fracasso não é opção!"















sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Obrigado

A todas as minhas amizades, presentes, passadas e futuras,
que me acompanharam de uma forma directa ou indirecta,
presente ou distante, que me aconselharam, carregaram, aturaram e agitaram, que me esperaram sem fim, que comigo andaram, correram ou simplesmente comigo se arrastaram,
que me puxaram, impulsiunaram e empurraram,
que me incentivaram e me contrariaram, que me compreenderam e me aceitaram como sou,
assim como às opções que escolhi, e que ainda aqui estão ao meu lado, de braço aberto,
de uma forma presente ou platónica,
o meu obrigado profundo e sentido.

A verdadeira amizade, seja de sangue ou não,
é a minha companhia na minha solidão,
nesta longa jornada da vida.

Obrigado por estarem presentes,
por serem quem são,
porque me ajudam a ser quem sou!

                    Paulo Sérgio Ferreira

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

E porque estamos quase no Natal...



Olá Pai Natal

É a primeira vez que escrevo para ti

Venho de Lisboa e o pessoal chama-me AC

Desculpa o atrevimento mas tenho alguns pedidos

Espero que não fiquem nalguma prateleira esquecidos

Como nunca te pedi nada

Peço tudo duma vez e fica a conversa despachada

Talvez aches os pedidos meio extravagantes

Queria que pusesses juízo na cabeça destes governantes

Tira-lhes as armas e a vontade da guerra

É que se não acabamos a pedir-te uma nova Terra

Ao sem-abrigo indigente, dá-lhe uma vida decente

E arranja-lhe trabalho em vez de mais uma sopa quente

E ao pobre coitado, e ao desempregado

Arranja-lhe um emprego em que ele não se sinta explorado

E ao soldado, manda-o de volta para junto da mulher

Acredita que é isso que ele quer

Vai ver África de perto, não vejas pelos jornais

Dá de comer ás crianças ergue escolas e hospitais

Cura as doenças e distribui vacinas

Dá carrinhos aos meninos e bonecas ás meninas

E dá-lhes paz e alegria

Ao idoso sozinho em casa, arranja-lhe boa companhia

Já sei que só ofereces aos meninos bem comportados

Mas alguns portam-se mal e dás condomínios fechados

Jactos privados, carros topo de gama importados

Grandes ordenados, apagas pecados a culpados

Desculpa o pouco entusiasmo, não me leves a mal

Não percebo como é que isto se tornou um feriado comercial

Parece que é desculpa para um ano de costas voltadas

E a única coisa que interessa é se as prendas tão compradas

E quando passa o Natal, dás á sola?

Há quem diga que tu não existes, quem te inventou foi a Coca-Cola

Não te preocupes, que eu não digo a ninguém

Se és Pai Natal é porque és pai de alguém

Para mim Natal é a qualquer hora, basta querer

Gosto de dar e não preciso de pretextos para oferecer

E já agora para acabar, sem querer abusar

Dá-nos Paz e Amor e nem é preciso embrulhar

Muita Felicidade, saúde acima de tudo

Se puderes dá-nos boas notas com pouco estudo

Desculpa o incómodo e continua com as tuas prendas

Feliz Natal para ti e já agora baixa as rendas.

                                [By "Carta ao Pai Natal" - Boss AC]


Será que isto traduz o famoso espírito Natalício?

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Viagem

Viagens…


Da varanda de casa tenho uma linha de visão até ao horizonte. É uma sensação de pequenez quando tento alcançar com a vista aquilo que ela não alcança, e uma sensação de grandeza quando vislumbro o panorama, e sigo com os olhos as nuvens e o céu até onde se juntam ao mar e se tornam num só tom de azul esbatido.

Lá longe, ao fim do dia, vêem-se as luzes de faróis da margem sul, e algumas luzes de navios que passam por perto da costa. E quando se levanta uma leve neblina, as luzes difusas pela humidade enunciam um ar misterioso.

É daqui que escrevo muitas vezes, sentado nesta varanda a contemplar o mar, a ouvir o som das gaivotas e as ondas a bater nas rochas, como se tentassem acordar um ser adormecido pelo desgaste do tempo, de tantas vezes que batem e batem e insistem.

Agora, acompanhado por um trago de rum envelhecido e um quadrado de chocolate negro com gengibre cristalizado (chocolate de S. Tomé e Príncipe), penso em outros tempos que sonhava velejar mar dentro, em busca de aventuras e sonhos perdidos.

Viajar sempre foi, e é um grande prazer que procuro exercer sempre que posso. Conhecer outras gentes e diferentes culturas é um estímulo para continuar a olhar em frente e acreditar no mundo. Faz-me gostar mais dos outros, mais de mim, e compreender melhor minha terra de origem. Mas já não me sinto Português, sinto-me como Sócrates (o filósofo grego, entenda-se) que tal como ele, não me sinto português nem europeu, mas um cidadão do mundo. Sinto uma capacidade inata de me adaptar a estilos diferentes de vida, e um gosto imenso por experimentar diferentes culturas.

Poderia afirmar que é uma questão genética, quer paterna ou simplesmente da antiga raça lusitana que por esse mundo fora navegou e se estabeleceu. Mas talvez seja, simplesmente, uma condição inata desenvolvida nos tempos de vida que passei noutros locais, e do que esses locais me trouxeram.

Não sinto as raízes fortes que outras pessoas me descrevem ter, mas sinto as raízes sólidas das amizades que se foram formando com o tempo. E onde elas estiverem, é onde me sentirei mais em casa.

Bebo mais um trago deste rum, e provo mais um pedaço do chocolate negro de gengibre. Sinto a sua textura pouco suave enquanto oiço o leve som do estalar do chocolate, deixo-me levar pelo sabor envolvente de um chocolate tratado com mestria, sinto o leve picar do gengibre, e absorvo lentamente os aromas libertados enquanto se desfaz na minha boca, gentilmente apertado entre a língua e o palato. E na combinação de todos estes sentidos, velejo mentalmente até S. Tomé e Príncipe, na busca de mais uma aventura.

Chegas…

Chegas tão suavemente, pisando as nuvens de algodão, e tocas-me ao de leve no ombro…

Sentas-te ao meu lado, e embarcas comigo nesta viagem…

Falas coisas loucas, premeditadas, sabendo de antemão que tomarei o leme com a agilidade de um velho lobo do mar…

Subimos à gaivota, e ficamos parados no tempo a observar o sol cor de sangue que teima em ficar no horizonte como que a iluminar-nos igual a uma vela.

Bebes um gole de rum, e ouço o doce estalar do chocolate na tua boca, que provo.

E sabes-me a sonho…


Paulo Sérgio Ferreira